Pedidos para máquinas pesadas vão até 2010
17/12/07
A indústria de equipamentos e máquinas pesados, como guindastes móveis e gruas, direcionados especialmente a projetos de mineração, energia, petróleo e papel e celulose, já está com a carteira de pedidos cheia para o período que vai de 2008 a 2010.
A alemã Liebherr, por exemplo, responsável por cerca de 70% do mercado nacional de equipamentos pesados, está com a carteira cheia até 2010 para a importação, a partir de sua matriz na Alemanha, de guindastes móveis direcionados especialmente a projetos das indústrias de energia, papel e celulose e petróleo. Além disso, para os produtos que fabrica no Brasil, como escavadeiras hidráulicas, que abastecem o setor de mineração e construção civil pesada, principalmente, os pedidos já chegam até o final do próximo ano, conta o gerente de Marketing da empresa, César Schmidt.
Nos próximos meses, o presidente mundial da empresa, que possui uma planta em Guaratinguetá (SP), vem ao Brasil para encontro com representantes da importadora Locar Transportes Técnicos e Guindastes, que, diante da crise de fornecimento de máquinas e equipamentos pesados no País, está investindo R$ 210 milhões nos próximos dois anos para a aquisição de mais 94 guindastes e 26 gruas.
Com este último item a empresa irá entrar em um novo segmento em que há muita demanda para pouca oferta.
Capacidade ocupada
“Quase a totalidade da nossa capacidade de produção está ocupada. Só não ampliamos ainda a nossa oferta porque há limitação de produtos dos nossos principais fornecedores”, conta o gerente da Liebherr.
Mesmo assim, a indústria alemã está aumentando em 30 mil metros quadrados a fábrica que possui no interior paulista, em projeto cuja previsão é ficar pronto no primeiro semestre do próximo ano.Em 2007, conta Schmidt, a empresa vai registrar um crescimento na casa de dois dígitos – alta também prevista para 2008.
Da mesma forma, a Locar também afirma que trabalha sem ociosidade no momento.
“Tem clientes até pegando máquina maior porque não tem como esperar mais”, revela Julio Eduardo Simões, presidente da empresa.
A Locar segue buscando novas máquinas, uma vez que o mercado está ativo e quase não há disponibilidade de guindastes no mundo.
“Quem faz encomenda hoje só tem perspectiva de receber o equipamento em 2010”, avisa Júlio Simões.
Gruas
No caso das gruas, por exemplo, cuja demanda aumentou muito nos últimos dois anos, a Locar possui uma estratégia ousada. Segundo Julico Simões, diretor da divisão Locar Gruas, criada em 2007, o objetivo é disponibilizar cerca de 200 gruas no mercado brasileiro nos próximos cinco anos. Segundo ele, há apenas de 200 a 300 unidades no Brasil.
Os equipamentos estão sendo adquiridos exatamente da alemã Liebherr e são da faixa de 90 a 120 toneladas. As primeiras unidades devem chegar entre este mês e o início de janeiro. “São equipamentos modernos, utilizados na Europa”, diz Julico. Ele ressalta ainda que, por enquanto, apesar da alta demanda, compensa mais importar do que produzir os equipamentos aqui, já que o volume consumido ainda não justifica a construção de uma fábrica.
Mas as perspectivas são positivas. A nova divisão deverá chegar a 10% do faturamento da companhia em três anos. Atualmente, 80% da receita da Locar vem da área de guindastes e 20%, da área de transportes.
Neste ano, o faturamento da companhia ficará 20% acima dos R$ 148 milhões de 2006. “Até outubro já chegou a R$ 145 milhões, quase igualando o total do ano passado”, comemora Julico Simões. A estimativa para 2008 é que o crescimento seja de 30%.
Setores
Schmidt, o executivo da empresa alemã, ressalta que o setor de mineração, aliado aos projetos energéticos e às plataformas da Petrobras, são os principais motivadores dessa alta demanda – além das recentes expansões anunciadas pelas indústrias de papel e celulose, como a Klabin. A Liebherr Brasil lançou recentemente dois novos modelos de escavadeiras voltados especificamente à mineração.
Júlio Simões confirma os destaques para os mesmos segmentos, incluindo o petroquímico. “Mandamos diversas máquinas para Ourilândia, no Pará, onde está sendo feito o projeto de mineração Onça Puma da Vale. Fornecemos também muito para a Petrobras, além das empresas de papel e celulose. E temos muitas máquinas sendo utilizadas especificamente no pólo petroquímico de Camaçari, onde a Braskem possui uma planta”, conta. Simões destaca ainda o crescimento da construção civil, não só a pesada, mas no geral, que tem demandado muito equipamento.
Investimentos
Atualmente, a Locar dispõe de 651 equipamentos, com idade média de três anos. Somente neste ano a empresa investiu R$ 45 milhões na compra de 135 novos itens de maquinário, visando a atender à crescente demanda.
A maior parte é adquirida na Europa, embora o executivo admita que já começa a importar equipamentos da China.
A expansão da demanda dos setores de energia, petróleo, gás, mineração e papel e celulose, em especial, lotou as carteiras dos fornecedores e fabricantes de equipamentos pesados, como escavadeiras, gruas e guindastes móveis, até 2010.
A alemã Liebherr, por exemplo, responsável por cerca de 70% do mercado nacional de equipamentos pesados, tem pedidos até 2010 para a importação de guindastes móveis. Para os produtos que fabrica no Brasil, como escavadeiras hidráulicas, que abastecem o setor de mineração e construção civil pesada, os pedidos vão até o fim de 2008, conta César Schmidt, gerente de Marketing da empresa. O presidente mundial da alemã vem ao Brasil nos próximos meses para encontro com representantes da importadora Locar Transportes Técnicos e Guindastes, que, diante da crise de fornecimento de máquinas pesadas no País, está investindo R$ 210 milhões nos próximos dois anos para a aquisição de mais 94 guindastes e 26 gruas para locação. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema), o crescimento da venda de 13 modelos de equipamentos pesados será de 46% neste ano. Para 2008, a previsão é de expansão de 13% em cima do resultado deste ano.
Na esteira desse crescimento, até os bancos médios, como BicBanco e Sofisa, pretendem focar na operação de leasing de máquinas e equipamentos. Para 2008, Rafael Cardoso, presidente da Associação Nacional das Empresas de Leasing (Abel), prevê que o leasing destes produtos tome fatia de mercado do arrendamento de veículos, que hoje tem 80% do setor. “Veremos maior demanda para atender o crescimento da economia.” A carteira até setembro teve saldo de R$ 52,115 bilhões, alta de 70,9% ante 2006.
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