Pesquisa aborda mineração latinoamericana no contexto da pandemia
07/07/21
O impacto da crise de saúde no setor mineral devido à COVID-19, o foco estratégico das empresas de mineração nos próximos 12 meses e o cenário de investimentos nos países da América Latina foram alguns temas abordados na “Pesquisa de Mineração 2021: Investimento e estratégia em um contexto de pandemia e incerteza”, realizada pela agência BNamericas com centenas de empresas e profissionais latinoamericanos.
Os resultados dessa pesquisa foram apresentados pela editora de Mineração da BNamericas, Laura Superneau, durante webinar realizado nesta terça-feira, 6/7. O evento virtual contou com a participação do diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Flávio Penido; do presidente da Sociedade Nacional de Mineração do Chile (SONAMI), Diego Hernández; e do presidente do Instituto de Engenheiros de Minas do Peru (IIMP), Víctor Gobitz, que debateram sobre as perspectivas do setor mineral nos seus países.
O diretor-presidente do IBRAM iniciou o debate destacando duas questões políticas que a mineração brasileira está passando no momento. “O aumento dos impostos locais no estado do Pará, um dos maiores no quesito mineração do país, e a proposta de novos regulamentos para o setor. Porém, ainda assim eu acredito que tudo pode ser resolvido a partir do diálogo e isso não é problema para investidores. Não vemos um cenário político preocupante, as instituições atuam normalmente e a democracia está preservada”, disse.
Diante da situação política do Peru, Victor Gobitz destacou o impacto das eleições no setor mineral. “No Peru, nós estamos enfrentando questões no âmbito político por conta das eleições. Para a mineração, esse processo causa algumas incertezas legais. Por isso, nosso maior desafio é ampliar o gerenciamento público e a rentabilidade para aumentar o padrão do setor. E, agora temos que abrir espaço para dialogar com todos os envolvidos, pensando em uma estratégia para longo prazo e no bem do país no geral”, disse.
Sobre as expectativas de investimentos na mineração brasileira, mesmo com a crise na saúde devido à COVID-19, Penido afirmou que são positivas. “As mineradoras aumentaram os investimentos no Brasil. De acordo com estudos do IBRAM, a previsão é deUS$ 38 bilhões no período entre 2021 a 2025. Nós acreditamos que esta média de investimentos vai continuar independente da pandemia. Inclusive, acreditamos que o cenário da pandemia vai melhorar e que os casos de infecção e mortes pelo coronavírus serão controlados em pouco tempo”, afirmou.
Penido também destacou os investimentos feitos em prol das comunidades e do desenvolvimento sustentável. “O grande desafio para a mineração no Brasil é continuar operando em acordo com as boas práticas de ESG e promover confiança junto às comunidades em que atuamos. O setor de mineração brasileiro acredita no desenvolvimento de um ambiente responsável. Estamos atentos para garantir a segurança das comunidades, sendo essa é a nossa maior preocupação. Estamos desenvolvendo novas tecnologias para garantir investimentos e para nos aproximar ainda mais das pessoas”, concluiu.
Segundo Diego Hernández, esta também é uma grande preocupação no setor mineral chileno. “A indústria de mineração do Chile é conectada com a economia local, que está se desenvolvendo também graças à mineração, principalmente, em relação à geração de emprego. É muito importante manter a produtividade e a competitividade, e a pandemia de COVID-19 nos deu oportunidade porque nos forçou a realmente incorporar inovação. Estamos enfrentando tempos difíceis, porém, no próximo ano, devemos nos encontrar em uma situação melhor”, disse.
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