Relatório sobre recursos hídricos inclui dados de mineração pela 1ª vez
02/04/18
O Relatório de Conjuntura de Recursos Hídricos, elaborado pela Agência Nacional de Água (ANA), foi lançado em dezembro de 2017 e traz informações sobre captação e consumo de água na irrigação, na indústria de transformação e em outras atividades. Pela primeira vez, o estudo contém informações sobre a mineração, que corresponde a 0,8% do consumo da água no Brasil.
A mineração é a indústria extrativa de maior consumo de água no país e se concentra basicamente nos Estados de Minas Gerais e Pará. Juntos, esses Estados respondem por mais de 85% da demanda da mineração no país: o total retirado é de 32,8m³ por segundo. Do total de água retirada, o setor consome 8,3m³ /s e devolve 24,5 m³/s.
Baseado no consumo de 2016, o estudo apresenta que o setor responde por 1,6% da retirada, 1,024 bilhão de metros cúbicos ao ano, e 0,8% do consumo, 0,27 bilhão de metros cúbicos, de água no país. O Relatório não deixa claro se a captação de água subterrânea para o processamento mineral foi considerada no levantamento.
A título de comparação, os EUA iniciaram o levantamento hídrico em 1950 e a mineração passou a ser contabilizada separadamente a partir de 1985. O último relatório disponível, de 2010, informa que 7,4 bilhões de metros cúbicos de água, ou 1,4% do total do país, foram captados para a mineração e a extração de petróleo e gás. Já no Canadá, em 2009, apenas a mineração captou 0,5 bilhão de metros cúbicos, 1,3% do total consumido no país. A mineração australiana, incluindo também petróleo e gás, consumiu, em 2010, cerca 0,5 bilhão de metros cúbicos, ou 3,6% do consumo de água do país.
Os levantamentos realizados regularmente possibilitam acompanhar os efeitos de políticas públicas, da adoção de novas tecnologias e de iniciativas das empresas ao longo de décadas. As informações técnicas divulgadas no Brasil pelas empresas de mineração mostram evolução significativa, a exemplo da recirculação de água, havendo registros de elevação deste índice de 40%, 25 anos atrás, para mais de 80% na atualidade. Algumas empresas divulgam que a recirculação é superior a 90%, que mostra um esforço na direção de uma melhor gestão dos recursos hídricos. Com informações da Agência Nacional da Água.
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