Reuters: Suspensão da produção de mineradoras por chuvas indicam avanços em governança
13/01/22
O anúncio espontâneo de paradas temporárias de produção de minério de ferro por mineradoras diante de intensas chuvas em Minas Gerais e a pronta presença de equipes de fiscalização de suas atividades evidenciaram um incremento da governança e da transparência do setor brasileiro, dizem especialistas e representantes do segmento mineral. Este é um dos destaques de reportagem da agência Reuters, veiculada nesta 4ª feira (12/1) – confira a íntegra reproduzida no UOL.
“A depender da duração das chuvas e das consequentes medidas de segurança, a expectativa atual é que as paradas nem cheguem a impactar a oferta de minério de ferro a partir do Brasil, uma vez que as empresas contam com estoques”, disse o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Flávio Penido, à Reuters.
O dirigente enfatizou que a paralisação parcial de atividades mostra a preocupação do setor de mineração sobre a segurança operacional, além de representar maior transparência por parte das companhias. “As mineradoras estão cada vez mais preocupadas com a transparência com as comunidades, buscando com que o público readquira a confiança no setor”, afirmou Penido.
Leia também – IBRAM avalia suspensão temporária das operações de mineradoras em MG
A ação das mineradoras, diz a agência, ocorre enquanto a indústria de mineração trabalha para reconquistar a confiança da sociedade, após o setor ter sido envolvido em dois desastres com barragens de rejeitos.
Grandes companhias, como Vale, CSN, Usiminas e Samarco, anunciaram na 2ª feira a paralisação parcial de parte de suas operações. Justificaram a medida em razão de compromissos com a segurança dos seus empregados e das comunidades.
A reportagem ouviu a opinião do promotor de Justiça e coordenador de Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais, Carlos Eduardo Pinto: “vejo como positivas as medidas adotadas, que revelam a preocupação do setor na adoção de medidas preventivas voltadas a garantir a segurança de suas estruturas e da sociedade”.
Outra a se manifestar à agência foi a ex-diretora da Agência Nacional de Mineração (ANM) Débora Puccini. Ela afirmou que as empresas estão sendo mais cautelosas em relação às suas instalações e na parte de cuidados em paralisação de processos produtivos em geral.