Usiminas na briga por grupo dos EUA
11/05/07
Companhia vai disputar com empresas como a CSN a compra da americana Sparrows Point, da Arcelor MittalO presidente da Usiminas, Rinaldo Campos Soares, confirmou ontem que o grupo está na disputa pela aquisição da siderúrgica americana Sparrows Point, do grupo Arcelor Mittal. O executivo, porém, não quis dar mais detalhes das negociações, por causa de um acordo de confidencialidade assinado com a empresa. `Nós estamos avaliando (a compra) e já fizemos uma due diligence (análise dos dados da empresa)`, limitou-se a dizer.Outro grupo brasileiro, a CSN, também já anunciou que tem interesse na Sparrows Point. A siderúrgica americana, com capacidade de produção de 3,4 milhões de toneladas de aço por ano, terá de ser vendida por determinação do órgão antitruste dos Estados Unidos, que fez a exigência como condição para aprovar a fusão dos grupos Arcelor e Mittal no mercado americano. Pela determinação, a operação tem de ser concluída até julho. Pelas estimativas do mercado, o preço pode chegar a US$ 2 bilhões.O anúncio da Usiminas vem depois de uma série de rumores, que ganharam força no final do ano passado, de que os acionistas, principalmente a Vale do Rio Doce, estavam descontentes com a postura pouco agressiva da empresa em relação às aquisições. A Vale conseguiu, em novembro, entrar no bloco de controle do grupo siderúrgico, e a expectativa era que, a partir daí, passasse a cobrar uma postura mais agressiva da empresa.Soares diz, porém, que, embora a Usiminas tenha um foco de atuação no mercado interno, a internacionalização nunca foi descartada. A estratégia do grupo, segundo o executivo, prevê que a Usiminas seja uma das maiores do mundo no mercado internacional de aços planos. A Usiminas também anunciou recentemente investimentos da ordem de US$ 8,4 bilhões nas usinas de Ipatinga (MG) e Cubatão (SP), com o objetivo de ampliar a capacidade instalada para 14 milhões de toneladas de aço até 2015.RESULTADOOntem, a Usiminas anunciou ter registrado um lucro líquido de R$ 641,8 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 86% na comparação com o mesmo período do ano passado. A receita líquida do grupo cresceu 13% no trimestre, chegando a R$ 3,33 bilhões.Soares atribuiu o bom resultado no trimestre à melhora dos preços do aço no mercado internacional. O executivo lembrou que a venda de produtos se manteve praticamente estável, com um volume de 1,936 milhão de toneladas – uma pequena queda de 0,9% em relação ao primeiro trimestre de 2006. Por outro lado, a variação média dos preços, considerando tanto o mercado interno quanto o externo, foi de 14,2%. `O que diferenciou o resultado, sem dúvida alguma, foi a parte de preços`, disse.Segundo ele, os preços do aço no mercado doméstico subiram 5,9% no primeiro trimestre, chegando a R$ 1,87 mil a tonelada, na média. `Conseguimos vender no mercado interno produtos de maior valor agregado graças ao aumento da demanda do setor automotivo e por tubos de grande diâmetro`, disse. Com isso, a companhia ampliou de 62% para 72% o volume vendido no País.Já no mercado internacional, a valorização dos preços foi de 20,4%, chegando a R$ 1,23 mil a tonelada, puxada principalmente pela recuperação da demanda nos Estados Unidos e na Europa. `O primeiro trimestre do ano passado foi um período de estoques altos e, este ano, a demanda começou a aumentar tanto no mercado americano quanto na Europa.` O comportamento dos preços, segundo Soares, acabou compensando a desvalorização do dólar no período. (Fonte: O Estado de S.Paulo/Raquel Massote)
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