Vale vai gerar 35 mil vagas
27/01/08
Oportunidades são reflexo do crescimento da indústria. Vagas também para especialização
O cenário favorável para novas ofertas de emprego formal no Pará só tende a crescer no setor mineral e repetir o mesmo desempenho neste ano de 2008. A previsão otimista é da empresa de mineração Vale, que estima gerar no Estado, entre 2008 e 2012, 35.375 novas vagas, incluindo funcionários próprios, terceirizados e canteiros de obras. Atualmente, a empresa possui 32.691 empregados próprios, terceirizados e canteiros de obras. ?O aumento dos postos de trabalho no setor é reflexo do crescimento da indústria de mineração no Estado do Pará e da demanda do mercado externo, especialmente da Ásia, e a perspectiva também é de crescimento significativo para os próximos 5 anos?, assinala João Menezes, gerente geral de Recursos Humanos da Vale.Para atingir a meta, a Vale executa um plano de investimento profissional que consiste na qualificação de mão-de-obra dos níveis técnico, operacional e superior para atuar nas áreas de negócios da Vale. ?O objetivo é capacitar pessoal nas regiões influentes dos projetos da Vale?, disse Menezes.Neste sentido, a empresa vai oferecer 300 vagas do Programa de Especialização Profissional 2008 para profissionais formados nos últimos três anos em Engenharia e Geologia, com a formação de turmas nos Estados do Pará, Minas Gerais, Maranhão e Espírito Santo. Serão oferecidos três cursos: Especialização em Mineração, Pós-Graduação em Engenharia Ferroviária e Pós-Graduação em Porto. Cada curso terá duração de três meses, em regime integral, com aproximadamente 450 horas/aula. Os selecionados receberão bolsa-auxílio mensal no valor de R$ 3 mil. No Pará serão três turmas, num total de 120 vagas, e o curso será oferecido em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA). Para se candidatar ao curso, o profissional deve ter até três anos de formado nos cursos de Engenharia Civil, Mecânica, Mecatrônica, Meio Ambiente, Elétrica, Eletrotécnica, Eletroeletrônica, Metalúrgica, Materiais, Produção, Química e Telecomunicações ou Geologia; ter conhecimentos de inglês e disponibilidade para morar no Pará durante os três meses de curso.Para os níveis técnico e operacional, serão disponibilizadas 2.000 vagas em cursos de qualificação com bolsa-auxílio no valor de R$ 1,2 mil e R$ 800, respectivamente. ?O objetivo da empresa é valorizar o profissional local para atuar na área de carência de mão-de-obra qualificada?, observa. A geração de emprego na Vale (projetos do Pará), segundo Menezes, será maior nos municípios de Paragominas, Marabá, Canaã dos Carajás, Parauapebas e Ourilândia do Norte.A Vale mantém ainda uma série de projetos e cursos de treinamento para qualificação de mão-de-obra, realizados por meio de sua Universidade Corporativa, a Valer, em parceria com instituições como a Universidade Federal do Pará (UFPA), o Senai e o Cefet-PA.
Setor apresenta crescimento de 5,8%
O setor formal da economia do Estado do Pará alcançou no ano passado um crescimento de 5,83% (em relação a 2006) com a geração de 28.003 empregos formais. Os dados satisfatórios foram divulgados no balanço anual do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).O setor extrativista mineral foi destaque no balanço com um ótimo desempenho na geração de empregos com carteira assinada, com um índice positivo de 15,52%, e a abertura de 1.147 postos de trabalho, ficando à frente do setor da construção civil, com 10%, e do comércio, com 8,64%. ?Apesar de não concentrar um grande número de trabalhadores, a mineração é um setor que apresenta uma estrutura econômica bem desenvolvida e que tem uma importância estratégica gigantesca para o Estado?, observa Roberto Sena, economista e supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA).Outro ponto favorável do setor mineral apontado por Sena é a mão-de-obra qualificada e a boa remuneração. ?A mineração caminha para a qualificação profissional, cuja média é superior à de outros setores econômicos, por conta disto a remuneração dos trabalhadores do setor também é melhor?, observa.No ano passado, foram feitas no setor, em todo o Pará, 2.478 contratações contra 1.331 desligamentos, gerando um saldo positivo de 1.147 postos de trabalho formal.A nutricionista Telma Cristina Cardoso Maia faz parte desta estatística positiva. Há um ano ela é funcionária celetista da empresa de mineração Vale e exerce função na Mina do Sossego (extração de cobre), situada no município de Canaã dos Carajás. A história de Telma reflete a tendência atual de mercado que prevê a abertura de novos postos de trabalho no interior do Estado. ?O mercado de trabalho de Belém está muito saturado e a migração do profissional para o interior acaba sendo um efeito natural?, disse.Ganhando duas vezes mais do que na capital, além de uma série de benefícios oferecidos pela empresa, Tânia nem cogita a possibilidade de voltar à capital. ?Eu não pretendo voltar tão cedo para Belém, porque, apesar de o custo de vida no interior ser mais alto do que na capital, a remuneração e os benefícios acabam compensando?, disse.
Emprego chega ao interior do Estado
Sena explica que a partir de 2007 ocorreu uma descentralização na oferta do emprego, que antes era concentrada apenas na Região Metropolitana de Belém. ?Belém continua sendo a cidade paraense que mais gera emprego. No entanto, em 2007, a capital não foi o grande destaque na geração de postos de trabalho. O emprego chegou a outras regiões do Estado?, disse.Em 2007, foram feitas em toda a região Norte, no setor extrativo mineral, 3.960 contratações contra 2.625 desligamentos, gerando um saldo positivo de 1.335 postos de trabalho, com um crescimento de 12,15%. ?Em média, este crescimento de 12,15% do setor na região em 2007 é menor que o obtido pelo Pará no mesmo período (15,52%), mas é bem superior ao crescimento nacional. Em todo o Brasil, o crescimento do setor em 2007 ficou em torno de 5,91%, com um saldo positivo de empregos formais de 9.762 postos?, destaca Sena.Em 2007, o saldo de postos de trabalho gerados pelo setor no Pará (1.147) correspondeu a 11,75% dos obtidos em todo o Brasil (9.762) e 85,92% dos obtidos em toda a região Norte (1.335).
Diário do Pará